sexta-feira, 27 de março de 2009

E no céu...

E no céu um arco que coloria o dia.
E a noite veio nesse clima de alegria.
A Lua estranhou o que veio a acontecer.
Estranhou não mais o chorar,
Estranhou o tão imenso alegrar.

Dopado de dor.
Surtado por tão imensurável amor,
Que alias não há.
Chorava descontroladamente e sem parar.
Repentinamente começou a se alegrar.

Sorriso que de longe se podia ouvir.
Alegria que não era para ser.
E veio o clarear do dia,
O sol escondido em nuvens está.
E se podia ouvir o chorar.

Enfeitado de lágrimas o céu está.
Amanheceu a dor.
E a Lua que tudo pode assistir
Não tinha para quem contar.

Nasceu em meio à tempestade um colorido no céu.
Nasceu o sofrimento causado da dor.
A esperança que morreu sem esperar.

E com um olhar carente está.
Ninguém está a observar.
A Lua volta o céu presentear.
Volta à dor escutar.

Marco Roberto junior

terça-feira, 24 de março de 2009

Deixa-me teu sono velar

Dorme pequeno anjo, dorme.
Deixa-me teu sono velar.
Deixa com zelo de ti cuidar.
Sei que magoei seu coração,
Peço perdão...

O sol em breve no céu estará,
Terei mais uma vez que ir.
Deixa-me fazer companhia por
Alguns minutos mais.

Prometo que não vai notar minha presença.
Prometo que não lhe farei chorar.
Deixa-me só o seu sono velar.

E o sol ameaça sair,
É hora de partir.
Janela aberta está,
Linda continua a ser.
Meiga em seu jeito,
Continuo a amá-la...

Despedidas que me faziam chorar,
Costume que se tornou um eterno saber.
Deixa me vê-la acordar,
Deixe seu perfume minhas narinas entranhar.
Deixa-me somente lhe ver.

Sua mão gostaria de segurar,
Seu rosto poder acariciar.
Tristeza que não posso mais sentir.

Deixa seus sonhos entrar,
Deixa contigo estar.
Deixa-me seu sono velar.
Pelo menos nesse período, deixa contigo estar.

Confissões que fizera à lua,
Pedido que pediras ao céu.
Peço mais uma vez seu sono apreciar.
Peço mais uma vez seu sonho tornar.

Peço desculpas por contigo não mais estar.
Nasceu o sol, não posso ficar.
Peço desculpas por fazê-la chorar.
Peço mais uma vez para deixar-me lhe ver.
Peço para deixar-me seu sono zelar.
Peço que em seu sonho possamos novamente nos amar.


Marco Roberto Junior

quarta-feira, 18 de março de 2009

Havia

E havia uma árvore naquele lugar.
Estava escrito nela o amor,
Estava junto d’ela toda a dor.
Havia uma flor que nela ia brotar.

Batia o vento, passava-se o tempo,
E a árvore permanecia no lugar.
Mas sob as mãos da dor, a qual
Não estava impressa lá,
Ao chão foi parar.

E havia um lindo jardim
Naquele lugar, sorrisos e
Lágrimas conviviam por lá.

Mas agora é diferente,
Tudo mudou.
Por não saber, por não viver,
Por não amar...

Nada mais está no seu lugar.
Havia poesia naquele lugar,
Havia vida. Vida, que vida?

O sol permaneceu no seu brilhar,
O romance terminou-se de ler.
As historias terão de mudar.

Havia festa naquele lugar.
Muita gente comparecia lá.
Agora o motivo acabou,
Muitos já não podem estar.

Havia namoro naquele lugar,
Agora é só lembranças que o tempo
Vem deixar.

Árvore que era refugio,
Festa que era alegria.
Namoro que era amor.
Amor, que amor?

Havia silêncio naquele lugar,
Havia! Que por ter de mudar,
Ter de terminar, chegar ao fim...

E a arvore queimada foi,
A vida se foi com o tempo.
A procura começou, o segredo
Se descobriu.

Havia uma árvore naquele lugar,
Hoje não necessita mais estar.

Confissão a um amigo, lágrimas
A lhe contar.
E com olhar tão carente, sua voz ouvia.

Havia uma árvore naquele lugar.
Havia dor, desespero e morte.
Havia choro por amar.
Havia lá.

E escutarás uma voz,
E dirás para sorrir.
Chorar a perda de algo,
Gritar somente de dor.

Ah! Olhar a paisagem
E nada do que havia ver.
Ver um vazio que não era pra ter.

Havia uma árvore naquele lugar,
Havia, porém não mais há.


Marco Roberto Junior

18/08/2002

domingo, 1 de março de 2009

Historia de amor

Ouvi sua voz e pude enfim respirar.
Meu coração voltou a ter vida.
Minha alma pode enfim descansar.

Me anestesiei com o brilho de seu olhar.
Meus lábios ansiavam loucamente os seus.
Me deliciei com o seu paladar.
Vivi, com o seu doce e meigo tocar.

E o dia se findou, nada podia fazer isso estragar.
Sonho de uma noite incomum,
Delírios de uma alma a amar.
Desejos que não tem fim.
Quero ao seu lado sempre estar.

Leu se em uma caverna, uma historia
De tempos atrás.
Era uma historia de amor,
Uma historia que teve um final.
E todo final é triste, o contrário do que dizem.

Terminou-se o amor, permaneceu a dor.
Foi-se para uma historia poder escrever.
E todos que a liam só faziam chorar
Lamentavam suas vidas medianas.
Desejavam nunca chorar de amor.

E como era de se esperar, aconteceu como tinha de ser.
Chorou a menina por não saber que iria doer antes que
Fosse realmente acontecer.
Lamentou conhecer.
Era lindo o seu passear.
Todos se admiravam com o seu doce e meigo caminhar.
Era a pessoa com a qual queria o resto da minha passar.

Passou o tempo, começou a chover.
Seus cabelos começaram a molhar,
Seu rosto a lágrima veio esconder.
Chorava ela por amar.
Chorava ela por doer.
Doía o amor que partira sem adeus dizer.
Partiu sem poder voltar.

Sofria o amor que sentia.
Sofria seu lindo olhar.
Todos a queriam consolar.

E em uma caverna qualquer,
Essa historia estará.
Teve um fim,
Mas as alegrias foram maiores.
Todos iram se compadecer,
Todos irão lamentar.
Mas, viveu se o amor que
Eternamente permanecerá.

Marco Roberto Junior