domingo, 26 de abril de 2009

...

Cai dos olhos seus uma lágrima.

Cai como uma jóia despedaçada.

Faz o chão sob ti brilhar.

Queria poder estar ao seu lado e

Todas essas jóias fazer retornar.

 

Grita em silêncio Tamanha dor.

Segura o vestido como se ele a estivesse

Sufocando.

Bate em seu peito um coração querendo sair,

Bate com uma tremenda dor.

 

Sai à chuva para poder suas lágrimas disfarçar.

Lamenta em seu diário o seu lastimável sorrir.

Em seus olhos pode se ver a tristeza que berra

Dentro de seu ser.

 

Cai de seus olhos uma preciosa jóia.

Cai toda a razão,

Todo o ego que d’antes sentiu.

Sentia culpa por ter podido viver.

 

Estava sem consolo,

Não queria mais se alegrar.

Chorava o tempo todo,

Expelia de seu ser seu remorso

Por nada ter podido fazer.

 

Amava sem razão,

Motivada pela miserável emoção.

Morria em silêncio o seu misterioso ser.

Chorava, pois não podia o passado voltar.

 

Suas jóias ao chão despedaçou.

Sua vida em tristeza transformou.

Vazia a sala agora está.

Pode-se ouvir o eco que nela ficou.

Pode-se ouvir o seu imenso sofrer.

 

Banhada de jóias está.

Ninguém ousou retirar.

Foi um imenso sofrer,

Viveu com a dor de uma

Alegria sentir.

 

Despedaçou suas jóias

A alguém que nada com elas iria fazer.

Jogou fora a razão de um dia ser.

Foi sem pensar.

 

Ouviu-se de longe o seu chorar.

Ouviu-se de longe suas jóias ao chão cair.

Seu peito querendo fazer parar.

 

Ouviu-se um silêncio ao entardecer.

Ouviu-se o silêncio enfim chegar.

 

sábado, 25 de abril de 2009

Cotidiano

Sorriu a Donzela que d’antes chorava.

Gritou a criança que não sabia chorar.

Gemeu a Princesa por seu Príncipe encontrar.

Encerrou o dia o seu maquiar.

 

Jogado no chão, implorando perdão,

Com o coração na mão ele está.

Está faz um tempo, e ninguém o nota ao passar.

Lástimas de um cotidiano feliz.

Injurias de um dia qualquer.

 

Sorriu por não poder chorar.

Gritou, pois queria ser notada.

Gemeu de dor devido ao amor.

Findou-se o dia o seu murmurar.

 

Alegraram as flores,

Os pássaros começaram a cantarolar.

O dia permanecia assim o seu sombreado

De tristeza e dor.

 

Passou um ônibus que não, parou.

Passou um trem que acidente causou.

A televisão noticiou.

A transmissão cortou.

 

Permaneceu no chão com o coração na mão

Pedindo perdão e um pouco de atenção.

Magoado está, ninguém o repara ao passar.

Podiam por ele algo fazer.

Preferiram ignorar o ser.

 

Deitado sobre o chão está.

Estão todos a observar, resolveram

Enfim sua dor admirar.

Choravam em silêncio.

Demasiadamente e sem parar.

 

Choveu repentinamente,

Todos procuraram se abrigar.

O desespero cresceu.

O triste estado do ego morreu.

 

Deitado no chão,

Com o coração na mão,

Com um bilhete pedindo perdão...

 

A televisão não noticiou.

Ninguém poderá o ajudar.

Passam todos agora e não o param de olhar.

Amanheceu mais uma triste manhã.

Os pássaros prosseguem no seu cantar.

As Flores no seu dançar.

Todos estão a viver.

Quem sabe um dia outro irá morrer.

 

Com o coração na mão

Pedindo perdão.

Pedindo para não mais amar.

 

Gritou a menina por não conseguir entender.

Por não admitir o seu triste viver.

Embelezou seu jardim.

Respirou para acalmar a alma que iria partir.

 

Vidas que se encontram com o tempo.

Vidas que o tempo vai distanciar.

 

Gritos que de longe se pode ouvir.

Findou mais um dia o seu viver.

Morreu com a certeza de retornar.

Foi para o céu a Lua consolar.

 

Sorriu a Donzela por sofrer.

Gritou a Menina por morrer.

Gemeu a Princesa por seu Príncipe desejar.

Acabou-se o sonho, mais um dia para se chorar.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Estou...

Estou jogado no chão,

Estou simplesmente em um canto qualquer.

Fui importante por tempo,

Fui trocado pela tristeza do não ser.

 

Estou esperando um ônibus

Que não vai passar.

Estou em uma rua sem saída procurando

Algum lugar aonde eu mesmo não possa me achar.

 

Choveu...

As ruas alagaram, os barracos foram ao chão.

E eu prossigo em um canto qualquer...

 

Veio o Sol...

As flores se alegraram com seu aparecer.

E eu procurando um minuto de silêncio dentro do meu

Assombroso ser.

 

Estou partido em pedaços,

Estou consolando o vazio da dor.

Dopado de algo terrível,

Drogado de uma droga ainda não fabricada.

 

Estou no esgoto da vida.

Estou planejando um final.

Tentando fugir para um local

Aonde o vento, Sol e Lua, não posam me avistar.

Estou em um canto qualquer.

 

Chorando não mais.

Já não existe o que expelir.

Estou com um enorme sangramento em meu peito.

Meu olhos, não consigo nem mais piscar.

 

Estou simplesmente à espera de um cometa

Por aqui passar.

Estou em um canto jogado às traças,

Estou com medo...

 

Simplesmente aconteceu...

Estou em um canto qualquer,

Estou à espera de alguém.

Fechou-se as cortinas,

Pode meus olhos descanso ter.

 

Apagou-se as luzes.

Foi-se embora você.


sexta-feira, 10 de abril de 2009

Lua

Lua, onde está?
Onde está a o brilho que antes havia?
Conte-me seus segredos,
Contei-lhe os meus.
Chorei minhas angustias perante ti.
Contei-lhe minhas desilusões,
Minhas intimas confissões.

Lua, onde estás?
Permita-me pela última vez lhe ver.
Permita-me só mais dessa vez minhas lágrimas contigo
Partilhar.

Chove suas lágrimas sobre as minhas.
Dançamos uma canção só nossa.
Sorrimos como loucos.
Deliramos insanamente o amor.

Lua, permita minha dor lhe dar.
Permita-me essas lágrimas a ti dedicar.
Compartilhe desse meu desespero.
Chove a tristeza da dor.

Lua apareça por entre as nuvens.
Apareça para poder pela última vez
Lhe enviar um sorriso por entre tamanha dor.
Permita despedir-me de ti.

Lua, precisei de ti.
Precisei confissões lhe fazer.
Precisava me despedir.

Deixo-lhe essa carta que jogo ao vento.
Carta que o tempo irá castigar.
Deixo minhas lágrimas que o sol irá secar.
Deixo minha dor que não vai cicatrizar.

Lua...