sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Disse Adeus
Marco Roberto Junior






Disse Adeus!
Disse e se foi.
Foi para nunca mais voltar.
Para um lugar onde não sabia onde era.

Se despediu de todos que conhecia.
Em todas as suas redes sociais.
Disse Adeus para um nunca mais.
Estava feliz em partir.

Sua vida iria mudar.
Mudança que muito almejava alcançar.
Sabia que nada poderia levar.
Deixou tudo para quem quisesse pegar.

Disse Adeus!
Se foi para nunca mais voltar.
Para um local desconhecido.
Lugar onde muitos não gostariam de estar.

Sua alma não valia a pena.
Sua vida não tinha sentido de ser.
Se foi para o nada.
Para o que almejava encontrar.

E o amor de sua vida,
Segurou em sua mão
E o conduziu até o novo lar.

Disse Adeus!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Mãos cheias de sangue
Marco Roberto Junior


Com suas mãos cheias de sangue.
O corpo esquartejado ali na sala.
Era uma cena de filme de terror.
Não tinha necessidade de assim ser.

O tamanho de seu corpo cabia em uma mala.
Não havia necessidade para esquartejar.
Não havia necessidade para matar.

Tinha só sete anos, chorava
Pois não tinha o que comer.
Faziam quatro dias desde a última
Vez que colocara um pedaço de pão no estomago.

Não se sabia o que fazer,
Não tinha de onde comida arranjar.
O jeito foi mata-la antes que a fome a matasse.
Antes que sofresse mais do estava.

Só que seu corpinho cabia em um saco plastico grande.
Não tinha um porque esquartejar.
Mas foi a escolha.
E logo assim que acabou de o corpo ensacar,
Cortou sua própria jugular. Jorrava sangue pra tudo
Que era lugar.

Com suas mãos cheias de sangue,
Sangue de morte.
Que não mais sairiam.
Morreu...

Pelas mãos de sua mãe,
Pela fome,
Pela doença da miséria.
Morreram.





Vestido amarelo
Marco Roberto Junior




Seu sorriso me encanta.
Seus lindo olhos me fizeram ficar apaixonado.
Seu lindo vestido amarelo
Me convida pra dançar.

E em um salão vazio,
Estamos eu e você.
Dois pra lá, dois pra cá.
Dançamos até os pés não aguentarem.

Não era festa,
Nem casamento.
Era um dia qualquer,
Uma terça de um dia comum.

Nos encontramos e começamos a dançar.
Dançar até dizer chega.
Até os pés não mais aguentar.
Era só eu e você.

A musica não havia.
Havia o som dos nossos pés
Desajeitados pelo chão.
Pois ninguém sabia dançar.

E olhando olho no olho
E seu sorriso nos lábios
Dançamos.

A noite se findou,
O Sol no céu apareceu.
Era só mais uma quarta ao qual teríamos de viver.
Só mais um dia que não estaria: eu e você.

E seu vestido amarelo me chamou pra dançar.
Dançamos até os pés não mais aguentar.
Era só eu e você.


sábado, 24 de dezembro de 2016

Jennifer Vitória
Marco Roberto Junior






Tem um sorriso meigo.
Sorriso para disfarçar a dor.
Chora, pois não consegue aguentar.
A dor que em seu peito está.

Ela se faz de guerreira.
Se faz de forte.
Tenta enganar os que a veem.
Tenta, mas muita das vezes não consegue.

É uma criança em corpo de mulher.
Tenta ser adulta, mas é uma criança.
Age como criança.
Tem seus medos.

Queria o mundo poder mudar.
Queria sua vida poder transformar.
Queria não mais ter de chorar.
Queria...

E a boneca ao lixo foi parar.
Não queria mais criança parecer.
Queria ser a adulta que não é.
Era uma criança que virou mulher


terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Sonho
Marco Roberto Junior



Seu sonho era ser bailarina.
Era ser atriz e ser modelo.
Seu sonho era ser amada.
Seu sonho era poder alcançar o topo.

Era só uma menina.
Uma menina que tinha medos.
Que gostava de dormir com a luz acesa.
Que gritava toda noite.

Tinha um sonho de ser aeromoça.
Tinha um sonho de ser chefe de cozinha.
De ser professora.
Tinha sonhos.

Atravessando no sinal vermelho.
Caminhando lentamente.
Sonhando com o seu amanhã.
Passou um carro e não parou.

Seu sonho era poder casar em uma igreja linda.
Seu sonho era ser médica.
Tinha tantos sonhos.
Agora tem seus cabelos cobertos de sangue.

Lágrimas e chuva para despedir.
Tinha só sete anos.
Tinha muito o que viver.
Seu sonho era ser feliz.


quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Nove meses
Marco Roberto Junior






Seu cabelo cacheado
Se entrelaçando em minha mão.
Seus lábios carnudos,
Encostando nos meus.
Seus dedos agarrados nos meus.

Tiro sua roupa lentamente.
Beijo todas as partes de seu corpo.
Bebo o suor que sai de ti.
Me delicio com cada parte de seu corpo.

Faço você gozar umas quatro vezes.
E eu ainda de roupa.
Faço você me desejar.
Faço você arrancar minha roupa.

E vamos logo pro mata mata.
Você já louca de prazer
E eu louco por você.
Você se conecta em mim
E não quer mais parar.

Sem qualquer cuidado
Estamos a nos amar.
Acabamos de nos conhecer.
Não sabemos se doentes somos.

Vamos deixar rolar.
O que interessa é gozar.
E mais uma vez faço você gozar
E com isso faço o mesmo dentro de ti.

Terminamos de nos amar.
Vestimos as roupas e cada
Um segue o seu rumo.

Sem mesmo saber o nome.
E nove meses depois veio a premiação.
Mais uma criança sem pai no registro.

Pobre da criança, nada tem haver.  

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Inocência 4
Marco Roberto Junior





Seu nome era Jennyfer.
Ela tinha uma irmã chamada Vottoria.
Jennyfer tinha três anos
E sua irmã tinha 9, ia fazer 10.

Jennyfer nasceu em um lixão.
Tudo o que conhecia era lixo.
A primeira palavra que disse foi lixo.
Mas se espelhava em sua irmã.

Mesmo com tudo de ruim que
já havia acontecido ela era feliz.
Junto de sua irmã,
Aprontavam bastante.

Ambas usavam chinelo feito de garrafas pet.
Ambas estavam vestidas com roupas achadas no lixo.
Comiam comida muita das vezes estragada.
Mas ficavam felizes pelo fato de comer.

Jennyfer e Vittoria dormiam no chão.
Tinham lençóis rasgados.
Faziam xixi e cocô no meio do lixão.
E se protegiam em seu pai dos tarados
Que por ali havia.

Quando Vittoria estava preste a fazer 10 anos,
Foi acometida de leptospirose e veio a falecer.
Jennyfer ficou uma semana sem dormir.
Chorava o tempo todo.

Pois o que haveria de ser?
Com quem ela iria brincar?
Com quem ela iria sorrir?

Mas toda criança consegue sobreviver.
Estava ela lá,
Correndo pelo lixão.
Usando o vestido amarelo da irmã.

Vida que segue.
Inocência 3
Marco Roberto Junior







Não tinha muita instrução.
Mal sabia escrever seu nome.
A pobreza foi tudo o que conheceu.
Não conseguia sair de lá.

Por pior que lá fosse,
Constituísse família.
Dua lindas meninas.
A mais velha com seus 9 anos
E a segunda com seus três aninhos.

Elas eram felizes,
Mesmo com toda a pobreza que ali havia
Elas eram felizes.
Sempre se escondia em um canto para chorar.
Tinha de ser forte.

No aniversário de sua filha mais velha,
Que fazia 9 anos, deu-lhe chinelo feito de garrafa pet.
Foi o presente que ela amou,
Não ia mais andar descalça.

No dia seguinte achou um vestido amarelo
Sem botões, que prenderam com grampo de cabelo.
A filha mais velha era ainda analfabeta.
Mas era feliz.

A pequena de três anos seguia seus passos.
Sô que a leptospirose veio atacar a mais velha
E dias antes de completar 10 anos veio a falecer.
Teve de ser forte, pois ainda havia a de três anos
Para criar.

Chorou, gritou.
Não sabia o quão mais ia aguentar.
Mas seguiu em frente.

Sem instrução, sem educação

Teve de viver.

sábado, 10 de dezembro de 2016

Inocência 2
Marco Roberto Junior






E caiam lágrimas daquele olhar.
Ver sua pequena envolvida em tamanho lixo.
Comendo resto de comida, disputada as vezes com rato.
Comida na maioria das vezes estragada.

Vê-la vestida com roupas achadas no lixo.
Seu vestido amarelo que ela tanto amou,
Que estava preso por grampos de cabelo.
Vê-la sorridente brincando com o ganha pão.

Pão que também vinha do lixo,
Cheio de formigas e na maioria
Das vezes mofado.
E caiam lágrimas daquele olhar.

Lágrimas que a pequena não conseguia ver.
Pois estava feliz com o nada que tinha.
Em sua festa de 9 anos, cantaram parabéns com
Pedaço de bolo que no lixo acharam.

O bolo estava estragado, ninguém comeu.
Mas a pequena ficou feliz.
Ganhou chinelos feitos de garrafas pet.
Sua vida era triste.

Hoje a pequena faria 10 anos.
Só que pegou leptospirose e veio a falecer.
Era uma criança que nunca aprendeu a ler e escrever.
Era uma criança feliz.


E caiam lágrimas daquele olhar.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Era só uma criança
Marco Roberto Junior



Era só uma criança.
Não deveria ter passado pelo que passou.
Deveria ter somente brincado,
Estudado, sido criança.

Era só uma criança,
Não pedia muito.
Só pedia o amor de quem tinha a obrigação de lhe amar.

Era só uma criança.
As lágrimas que de seus olhos saiam
Eram de gente grande.
Teve de amadurecer,
Teve de tentar sobreviver.

Só queria amor.
Não queria dor.
Pensava em morrer.
Mas era só uma criança.

Era só uma criança.
Que só pedia o amor
De quem deveria dar.

Era só uma criança.





quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Como Brincadeira de criança
Marco Roberto Junior




Como brincadeira de criança
Ela lhe mostrou em baixo da saia.
E ele todo assanhado lhe arrancou a calcinha.
Foi uma tarde inteira de puro prazer.

A noite chegou,
Com ela a solidão.
Mesmo estando ao lado de uma deusa,
A solidão falava mais alto.

Não tinha pra onde ir.
Chorou...
Feito criança, não adiantava consolo.
Chorou...

Estava perdido em um mundo tão somente seu.
Estava em um turbilhão de pensamentos
Que não paravam de surgir.
Gritava para ver se de alguma forma pudesse parar.

Estava no vigésimo andar.
No térreo foi parar.
Começaram a gritar.
Sua deusa começou a chorar.


Como brincadeira de criança....  
Desceu Lágrimas daquele olhar
Marco Roberto Junior





Desceu lágrimas daquele olhar.
Mas teve que se recompor
E esconder a dor que sentia.
Tinha que mostrar ser alguém que não era.

Seus pulsos ainda sem corte algum,
Coçando para uma faca ali passar.
Procurava o local mais alto para
Poder saltar.

Tudo o que queria era essa dor terminar.
Dor que tinha um inicio,
Mas não havia um final.
Queria poder ser uma pessoa normal.

Brigava consigo mesmo.
Era uma briga diária.
Ninguém sabia o tamanho da luta.
Já tentou por vezes, em vão, a luta terminar.

Desceu lágrimas daquele olhar.
Desceu a dor que sentia.
Desceu tudo que estava preso.
Desceu lágrimas daquele olhar.

E a liberdade desta prisão estava próxima de terminar.
Finalmente o sangue começou a jorrar.
O sorriso brotou em seus lábios.
Não mais teria de chorar.


Desceu lágrimas daquele olhar.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Noite de Sábado
Marco Roberto Junior



Chovia, era noite de sábado.
Muitos se arrumavam para se divertir.
Muitos planejavam o que iam fazer.
Que no Domingo iam à praia.

Pegaram seus carros,
táxis, ônibus.
Foram para a diversão que acabaria ao acordar.
Mas foram se divertir.

E do vigésimo andar de um prédio,
Olhou para o chão e caiu.
Seu corpo todo se quebrou.
Apagou antes mesmo de cair.

Tinha tudo para poder ser feliz.
Tinha uma vida ainda para ser descoberta.
Não tinha nem conhecido amor.
Mas no chão está.

Chovia muito,
Seu sangue era conduzido pela chuva.
A policia demorou a aparecer.
Ficou ali por 4 horas até alguém o ver.

Chovia, era noite de Sábado.
Muitos iam se divertir.

Este resolveu se matar.
Noite de amor
Marco Roberto Junior





Após uma noite de amor,
Pegou uma arma e disparou na cabeça dela.
Logo após disparou em sua própria.
Ambos morreram.

Estava ele em uma alegria sem tamanho.
Estava muito feliz.
Parecia ser o super homem,
Ou outro herói qualquer.

Avistou aquela linda donzela
na esquina,
Aonde fazia seu trabalho.
Ele era virgem.

Perdeu sua virgindade
Com aquela mulher.
Estava feliz,
Só que no final bateu um arrependimento,
Pois prometera se guardar até o verdadeiro amor encontrar.

Bateu a depressão.
Não tinha mais como fugir,
Não tinha mais pra onde ir.

Tinha 20 anos, uma vida inteira pela frente,
podia essa vida de prostituição largar.
Mas teve opção.
Foi-se tão jovem,
Pelas mãos de um doente.

Ele tinha 18 anos,
Pensava em ser engenheiro.
Mas em um estado de mania seguido de depressão,
Partiu e consigo teve de levar mulher que consigo estava.

Era noite.
Não dava nem meia noite.
A policia já estava no local.
Por causa de uma doença,
Dois corpos sendo retirados.

Estava feliz,
Entrou em depressão.


sábado, 3 de dezembro de 2016

Saco Preto
Marco Roberto Junior




Não tinham dinheiro para um enterro digno dar,
Colocou em um saco preto e deixou o caminhão de lixo levar.
Tinha apenas 4 anos, era uma menina linda.
Sua pele escura, seus cabelos cacheados.
Era perfeita.

Mas tinha um padrasto,
Que a mãe não largava por nada.
Mesmo sabendo que já a havia tocado,
Continuava o amar.

E em uma sexta a noite,
Escutou-se a menina gritar.
De sua vagina escorria sangue.
De seu ânus também.

Em poucos minutos parou de chorar.
Parou de respirar.
Coração parou de bater.

Sua mãe que a segurava,
Não sabia o que fazer.
Ficou com medo de seu amor perder.

Em um saco preto a colocaram.
E no dia seguinte, dia de lixo,
Deixaram o lixeiro levar.

Seu pequeno corpinho já sem vida
Sendo esmagado pelo compressor do caminhão de lixo.
Sua mãe assistia tudo.
E as vidas seguiram.

Ela de novo engravidou.

E ele de novo a criança estuprou.
Caçamba de lixo
Marco Roberto Junior



Em um caçamba de lixo ali está.
Sangue saindo pela cabeça.
Olhos abertos.
Coração parou de pulsar.

Em meio a garrafas pet,
Frascos de remédios,
Caixas de pizas,
Caixas de chiclete,
Embalagem de presente.

Com uma arma na mão,
Sua vida foi ao fim.
Tinha tudo para poder ser um vencedor.
Mas escolheu o caminho mais rápido.

Foi em uma caçamba de lixo, pois ali
Ninguém o iria impedir.
Com seus 13 anos e a arma do pai.
Deu fim a própria historia.

Chegou ao fim uma curta vida de solidão.
De sofrimento que só ele podia sentir
E ninguém conseguia compreender.
Foi-se para não ter mais de chorar.

A solução encontrada,
O resultado esperado.
A dor encerrada.
O sangue jorrado.

Seu corpo alguém encontrará.
Seus pais irão saber.
Irão chorar.
Irão se perguntar.
Mas poderiam tê-lo ajudado.

Largaram ele de mão.
Não perceberam que estava a sofrer.
Não viam as lágrimas em seu olhar.
Agora choram a vida que se foi.

Em uma caçamba de lixo está,
Sua cabeça sangrando.
Em sua mão a arma de se pai.

Fez o que tinha de fazer.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Inocência
Marco Roberto Junor




Toda suja ela está.
Com a mão suja de tudo que se possa imaginar.
E a cada segundo esfregava sua mão em seu vestido, que
No dia de ontem acabara de encontrar, faltava-lhe botões
Que com grampo se pode prender.

Tinha a inocência de uma criança.
Brincava com tudo que encontrava.
Fez chinelo com garrafa pet.
Mas o negocio era sério quando encontrava comida.

Ficava feliz em uma refeição ter.
Mesmo uma comida cheia de
Bichos, muita das vezes estragada.
Comia como se fosse a melhor refeição do mundo.

Sua inocência não lhe permitia ver a sofrência que seus pais sentiam.
Diante de todo aquele lixo ela conseguia ver alegria.
Seus 9 anos permitiam poder viajar em um mundo particular.
E mesmo sem saber ler e escrever, era feliz.

Brincava com tudo o que encontrava.
Por não enxergar o sofrimento,
Ali era o melhor lugar.

Por sua inocência, era tudo o que conhecia.
Quarto de Hotel
Marco Roberto Junior





Roupas atiradas pelo chão.
Luzes acesas,
Sussurros e gritos.
Palavras de amor sendo jogadas ao vento.

Bate na porta o champanhe,
Enrolado em uma toalha para pegar.
Despeja todo o champanhe sobre o corpo.
Lambe-o todo para nenhuma gota de champanhe desperdiçar.

E após uma exaustiva noite de amor,
Vai até a janela, ainda nu, e olha para baixo.
Faz um calculo da queda, e de lá pula.

Ao chão chegou.
A cabeça estourou no contato com o solo.
No quarto se ouvia gritos.

A policia apareceu.
Ninguém conseguia entender.
Não havia poema de despedida,
Estava feliz.

Estava estirado no chão
com um sorriso em seus lábios.
Estava feliz.
Felicidade que não se podia explicar.

Vestiu a roupa,
Chorou.
Ninguém iria lhe pagar.