segunda-feira, 26 de abril de 2010

Vestido manchado de sangue

Com um vestido manchando de sangue,
Está ela.
Com seus doze anos, na porta da escola, esperando
Seu pai vir buscá-la para levá-la de retorno para sua casa.

O relógio foi passando as horas,
Começou a anoitecer.
Tinha só doze anos de vida,
Começara naquele dia sua mocidade.
Estava desolada sem ninguém para explicá-la
O que lhe estava acontecendo.

Passava das dez da noite, quando sua mãe apareceu.
Estava ela triste e com medo.
Ao chegar em casa, também não viu seu pai.
Sua mão lha explicou o que lhe estava acontecendo.
E para isso iriam jantar pizza.
E seu pai?

Sua mão não quisera lhe contar de imediato.
Chegaram em casa, a guria foi tomar um banho.
Sua mãe preparava a pizza.
No dia seguinte, sua mãe a acorda com a noticia de
Que seu pai havia sofrido um acidente de carro
E não resistira...

Seu mundo desabou...
Tinha doze anos de vida, virara moça instantes antes.
Sua mãe tentou confortá-la, nada fazia seu coração acalmar.
Saiu de camisola pela rua a chorar.
Não enxergava nada mais a sua frente.
E na esquina de casa, passou um caminhão que não a viu...

Com um vestido manchado de sangue...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Criança

Chorou a criança por não ver chegar quem tanto esporou ver.
Lamentou uma grande agonia que perduraria por uma vida inteira.
Sentimentos que o tempo conduziria sem se quer se notar.
Ferida que doeria toda vez que fosse cutucada.

E de seus olhos já cansados de tentar entender
O que não havia explicação, saia uma parte de seu ser.
Se desfazia em um desespero que dava dó de se ver.

Não conseguia mais estar com a ferida exposta ao vento.
Cada segundo que se passava ia passando a chance de
Viver...

Chorou a criança com a mão estendida esperando ser amada.
Lacrimejaram os olhos de quem passou.
Doeu os corações amargurados de quem um dia isso também viveu.
Telefone não tocou, resposta que nunca terá.
Lágrimas que resolvera esconder.
Dor que não mais deixou transparecer.

Foi se a infância que a dor levou.
Foi de carona na lágrima derramada.
Foi a vida por inteira em uma tarde chuvosa de verão.

Tentou comprimir sua imensa e lastimável existência.
Implorando amor em um canto qualquer,
Como se nada fosse, continuou assim ser.
E quem desejava ver, sorria de longe da desgraça da pequena criança que
Só queria ser amada como tantas outras são.

Mendigou amor e recebeu dor.
Tentou sobreviver...

Chorou a criança...

domingo, 11 de abril de 2010

Dia

Gostaria de escrever sobre como estão as coisas aqui.
Começarei com o meu dia de hoje, que foi muito engraçado.
Havia no Céu uma nuvem estranha que me chamou muito atenção.
Parecia que nela estava escrito um nome.
Tentei decifrar, se tornaram notas musicais.
Logo em seguida apareceram pássaros cantarolando a canção que estava
Escrita na nuvem.

As arvores no seu balançar, pareciam que estavam a dançar
A canção que os pássaros estavam a cantarolar.
Pareia uma história mágica.

E o dia assim foi indo, com surpresas emocionantes
E divertidas de se ver.

O que eu não poderia imaginar é que
Eu veria em uma rua distante, algo que faria
Meu caminho mudar.
Foi a visão mais linda que pude ter.
A nuvem e os pássaros já não me interessavam mais.
Passei então a observar algo que até então eu só
Ouvia falar.

Foi o inicio de uma vida nova.
Era tudo novidade até então.
Não pude a tamanha emoção,
Só podia então aguardar as instruções que viriam do meu coração.

Meu passado apaguei,
Minha vida zerei.
Comecei uma nova caminhada, com um objetivo novo e
Que há muito eu queria ter.

Declamei poemas ao vento,
Derramei lágrimas com o tempo.
Lutei com o obstáculo que eu não conseguia ver.
Atravessei espinhos que não consegui retirar.
Atravessei caminhos que não podia voltar.
Cheguei mais uma vez para só não mais ficar.

Entreguei minha vida, despedacei-me de prazer.
E não consegui então falar.
Falei com os olhos e consegui compreender,
Que não me importa o amor,
Me importa estar cada dia mais com aquela
Que um dia me fez ver, que
Para meu coração bater ela precisa estar aqui.
Para que eu possa viver, a sua respiração necessito ouvir.

Parece uma declaração de amor, porém não é.
Escrevo essa carta pra dizer que o dia acabou.
A lua escondida em uma torrencial chuva está.
A ela eu não posso dizer.
Escrevo para então contar,
Que em um dia especial, vivi e morri.

Espero um novo dia chegar,
Para quem sabe, essa mesma história viver.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Morreu Romeu

Morre Romeu!
Julieta ao ver tenta de tudo para isso poder reverter.
Morre Romeu...
Julieta inconsolada entra na dele e vai.

Morre uma vida!
Não será peça de teatro,
Nem filme irão fazer.
Morre uma vida...

Desejos que ninguém ousou descobrir.
Sussurros que nunca alguém ousou escutar.
Sinceros votos de algo que ninguém sabe ao certo o que.

Mãos que não tiveram a chance de algum dia se encontrar.
Lábios que nunca puderam se beijar.
Respiração que nunca ousou escutar.
Olhos que por uma vida desejou.

Morreu Romeu!
Julieta foi logo em seguida.
Historia que alguém eternizou.
Sentimento que alguém desejou.

Verdade que pode não ser.
Lenda que pode um dia se tornar.
Amor que nunca alguém ousou possuir.

E na escuridão de um dia qualquer,
No mais sombrio brejo,
Aonde ninguém ousou estar.
Estava ela só a lhe esperar.

Em um vestido laranja,
Com um perfume ao qual nunca suas narinas
Ousou sentir.
Com um olhar meigo e carente, lábios sem nenhuma
Forma de tinta.
Estava ela sentada esperando o dia em que
Felicidade chegaria e nunca mais se afastaria.

Foram os anos mais incríveis de duas vidas
Que barreiras enfrentaram juntos.
Obstáculos que souberam desviar.

Morreu Romeu!
Burro ele não?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Tempo

Entretido em meus pensamentos,
Adormecido entre a pureza de algo que não se pode descrever,
Sentimentos que se vão e retornam em uma explosão
Que ninguém pode prever.

Poesias que se vão no decorrer de um dia qualquer,
Lágrimas que sempre surgem na hora do Adeus.
Sentimentos que se confundem no decorrer de um dia.
Descanso que tanto se aguarda chegar.

Lástimas de uma vida não vivida,
Lamurias de uma dor sofrida,
Encontros que deixam de acontecer.
Jantares que resolvem cancelar.
Coquetéis que deixou de ter.
Vida que necessita ter...

E em olhos lindos encontro terá.
Sorriso que tanto esperava acontecerá.
Fará juras de amor eterno,
Dará algo que ainda não possui...

Mãos que automaticamente se encontrarão,
Lábios que se desejarão.
Olhos que não se desgrudarão.
Amor...

E as rosas começam a florescer...
O dia ensolarado está.
A lua escondida para tudo poder avistar.
E nada poderia atrapalhar.

Em silêncio, ouvindo somente o respirar...
Deixa enfim o tempo passar...
Tempo que na verdade não há.
Não pra quem está a amar...

Solidão de um dia qualquer,
Dia que não necessita lembrar.
Dor que o tempo carregará.
Amor que pra sempre ficará.

Sinto Saudades de um tampo que ainda há de chegar...
Tempo que na verdade não há...
Saudades?