quarta-feira, 15 de julho de 2009

Carta

Mais uma vez lhe escrevo uma carta.

Mais uma vez prometo que esta será a última.

Prometo que lhe esquecerei em uma estante empoeirada

Do tempo.

E dessa vez não estou a mentir.


O sol nasceu diferente,

A lua ontem veio o tempo me ajudar a passar.

Minhas lágrimas perderam o sabor.

Minha dor se amenizou com amanhecer.

Lamentos que não necessitam mais ter.


Estou agora embarcando em uma condução que não poderá voltar.

Estou indo sem trégua, sem um motivo para ficar.

Minha dor deixo escondida em algum lugar.

Meus lamentos estão escritos esperando alguém os publicar.

Estou partindo para a terra do faz de conta,

Para a loucura extrema do viver.


Estou escrevendo essa carta para poder

Se lembrar de mim.

Estou escrevendo para poder de ti me despedir.

Estou...


Faltaram palavras que não fossem o amor,

Pena não poder sobre isso falar.

Lhe digo adeus!

Lhe digo que não mais irá minhas cartas receber.

Lhe entrego em anexo o amor que me deste.

Lhe digo que o meu amor pode fazer o que bem entender.

Estou indo lentamente a me distanciar.


E como em um final....

sábado, 11 de julho de 2009

Lágrimas

Jorraram de meus olhos uma tão terrível dor.
Despencaram lentamente e incessantemente
Era terrível estar ali,
Queria poder repentinamente sumir.

Era tarde, estava calor.
Estava sozinho, querendo alguém para conversar.
Pegava o telefone, mas não tinha a quem ligar.

E os olhos novamente começavam
A derramar a dor que tomava conta do pobre ser.
Era triste o meu estar,
Queria, mas não podia parar.

Mão tremulas no velório,
Soluços na hora de enterrar.
Despedaçou ali o seu saber.
Seus diplomas queimou.
Seu conhecimento esqueceu.
Chorou como uma criança de colo,
Berrou como um favelado.

Fez de si um pobre qualquer,
Fez de si um nada.
Estava ali só para poder ver partir
Quem nunca pensou em estar.
Foi se o ser para nunca mais...

Acabou o dia!
Veio a lua envolta numa sombra,
Não havia estrelas para o céu enfeitar.
Não havia quem podia consolar
Estava calor, começou a chover.

Telefone tocou, mas parou antes de atender.
Ligou o radio para uma musica escutar.
Tocou a musica que não podia ouvir.
Parou o relógio de funcionar.
Acabou a bateria, não mais irá despertar.

E com o coração aflito, assim foi a noite.
Não se pode ver o dia amanhecer.
Não se pode contemplar o nascer do Sol.

Telefone tocou, mas não havia quem o pudesse atender.
O radio parou de funcionar.
As lagrimas puderam enfim cessar.